13 de março de 2010
Treze de março de 2010. Uma data que vai ficar sempre marcada na minha memória e sempre recordada com tal angustia que ainda hoje inquieta de certo modo o coração em recordá-la.
Esta data marcou o início de uma nova história, de uma nova batalha com que luto com tudo o que tenho, com o melhor e pior de mim, todos os dias. Foi o dia do meu diagnóstico de Diabetes Mellitus Tipo 1. Isto tudo numa menina com quase nove anos. E foi a partir desse dia, mesmo com medo do desconhecido, que eu soube que desde então, a minha vida mudaria para sempre. Não estava errada acerca disso. Fui simplesmente "obrigada" a crescer à força e a assumir responsabilidades que não competia a uma criança de nove anos a assumir, no entanto, uma vez mais, a vida pôs-me à prova e eu tive que aceitar e demonstrar que estava à altura deste enorme desafio.
Permitem-me em descrever esta doença como um desafio porque nem nos melhores contos de fada, nem nas melhores fantasias seria outra coisa, aliás, se a Diabetes fosse uma personagem fictícia seria uma vilã malvada e sem coração. Muitos romantizam com a frase "até se vive bem com diabetes". Sim, é certo vive-se. Mas "bem"? Tenho as minhas dúvidas! Se quiseres minimizar os impactes e todas as consequências, que às vezes sou ligeiramente atormentada só de pensar, tens de saber controlar ao mínimo detalhe. E deixem-me dizer, não é de todo fácil e devo confessar o quão frustrante e indigno é, sobretudo, quando fazes tudo certo e dá TUDO errado.
Vejo-a como uma BATALHA que estou comprometida a levar até ao fim. E no final de contas, doze anos depois do trágico sábado, 13 de março de 2010, posso diz que essa menina que foi forçada pela vida a crescer, tornou-se numa enorme guerreira que sempre foi à luta com todas as armas que tinha e mesmo nos seus piores dias, seguiu de cabeça erguida e não permitiu ser derrotada nem pela doença nem pelo desgaste psicológico que está associado a ela porque, como já dizia a música, "o que não nos mata, torna-nos mais fortes".